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Às duas e meia da manhã de um sábado, 17 de junho de 1972, cinco homens foram presos pela polícia dentro da sede nacional do Partido Democrata, no opulento edifício Watergate, em Washington. Com os invasores, que envergavam terno e luvas cirúrgicas, foram encontrados equipamentos de escuta clandestina, câmeras e filmes fotográficos. Um deles declarou ser ex-agente da CIA, o serviço secreto do governo americano. Conhecido pela atenta cobertura de assuntos locais, o jornal Washington Post destacou dois jovens repórteres da editoria de Cidades para acompanhar a investigação sobre o arrombamento.
O que as reportagens fizeram foi montar passo a passo, em um percurso realizado com obsessiva persistência, o quebra-cabeça no qual a invasão da sede democrata figurava como “acidente de trabalho” em uma vasta trama de ilegalidades posta em funcionamento pelo governo Nixon. Embora o presidente tenha sido reeleito em novembro de 1972 com mais de 60% dos votos, em uma vitória acachapante sobre George McGovern, o candidato mais progressista jamais apresentado pelo Partido Democrata, a sombra do caso Watergate continuou a crescer sobre seu segundo mandato. As matérias doPostmostraram que os arrombadores mantinham vínculos com membros do Comitê de Reeleição do Presidente, que dirigentes do comitê manipulavam uma verba secreta reservada a operações clandestinas para sabotar e espionar adversários políticos – e que a conspiração era comandada pelo principal auxiliar de Nixon, H. R. Haldeman, o equivalente ao ministro-chefe da Casa Civil.
Conforme as reportagens da dupla encurralavam a Casa Branca e provocavam o afastamento de sucessivos auxiliares presidenciais, outros jornais, revistas e as principais redes de televisão também passaram a dar prioridade à investigação do caso. Em janeiro de 1973, os invasores do edifício Watergate e seus chefes imediatos foram condenados por um juiz famoso pela severidade, John Sirica. Em maio começaram as sessões da CPI do