Alimentos Transgênicos
Em 1972 o bioquímico americano Paul Berg realizou um experimento que mudou a história da ciência, inseriu um trecho do DNA do vírus SV40, causador de tumores, no da Escherichia coli, bactéria muito usada em pesquisas, criando o primeiro transgênico. Em 1973, dois outros bioquímicos americanos Hebert Boyer e Stanley N. Cohen, aperfeiçoaram a sua técnica, dando início à era do DNA recombinante, o que permitiu a produção dos organismos geneticamente modificados (OGMs).
Em 1982, seis anos após a sua criação, a primeira droga feita com a técnica de DNA recombinante, a insulina humana, chegou ao mercado, licenciada por uma empresa farmacêutica. Atualmente, existem dezenas de produtos farmacêuticos transgênicos – de enzimas que dissolvem coágulos, para serem utilizadas logo após um infarto, ao hormônio de crescimento humano. O uso da transgenia para produzir medicamentos nunca gerou polêmica, sendo aceito sem maiores problemas pela sociedade. O grande debate sobre o assunto ocorreu em 1994, quando a primeira planta transgênica chega ao mercado, o tomate FlavSavr, produzido pela empresa americana Calgene.
Só de olhar você não percebe a diferença entre um alimento transgênico e um natural. Mas eles são bem diferentes. Transgênicos (ou organismos geneticamente modificados) são seres vivos criados em laboratório a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza. Com essa nova tecnologia, pode-se introduzir um gene de rato, de bactéria, de vírus ou de peixe em espécies de arroz, soja, milho, trigo. Por exemplo, há soja com gene de bactérias, e milho com gene de bactérias e vírus.
Muitos estudos e evidências relacionam os transgênicos a impactos em nossa saúde, no meio ambiente e na agricultura. A questão é tão grave que a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Ministério da Saúde) e o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ministério do Meio Ambiente) foram contrários à decisão