alimentação infantil
Maria Ramsay, PhD
McGill University, Canadá
Dezembro 2004 (Inglês). Tradução: outubro 2011
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Introdução
Tal como outras habilidades sensoriomotoras, a alimentação é uma habilidade que amadurece durante o processo de desenvolvimento ao longo dos dois primeiros anos de vida. Trata-se de um processo sensoriomotor altamente complexo, com estágios de desenvolvimento baseados em maturação neurológica e experiências de aprendizagem.1-4 No entanto, a alimentação, diferentemente de outras habilidades sensoriomotoras, é muito dependente, desde o nascimento, de movimentos internos de incentivo ou motivação para iniciar a ingestão (choro de fome),5 e é essencial para a sobrevivência do recém-nascido. Assim, o ato de alimentar tem alta carga emocional para a mãe, cuja responsabilidade primária, aos olhos da família, da sociedade e da cultura que a cercam, é garantir o crescimento e o bem-estar inicial de seu bebê. Portanto, a relação de alimentação entre a mãe e o bebê é influenciada, desde os primeiros momentos de vida, tanto por fatores fisiológicos como por forças interacionais em múltiplos níveis.
Do que se trata
Quando as habilidades relativas à alimentação estão íntegras e o apetite é adequado, os momentos de alimentação e, posteriormente, a hora das refeições são fontes de socialização prazerosa, que resultam em ingestão adequada de nutrientes e crescimento adequado.6 Solicitar alimento a intervalos regulares, sugar, comer e beber em um ritmo satisfatório, experimentar novos sabores e texturas de alimentos, e expressar satisfação ao final da refeição são considerados comportamentos alimentares adequados pela família e pela sociedade. Esses comportamentos propícios à alimentação provocam elogios e interações alimentares positivas e, dessa forma, reforçam o sentimento de autodomínio da