Durante milhões de anos, o ser humano sempre soube se alimentar, procurando intuitivamente os alimentos de forma adequada. Diversas linhas de pesquisa argumentam que a prevalência de muitas doenças crônicas nas sociedades modernas, entre elas a obesidade, a hipertensão, doenças coronarianas e diabetes, seria o resultado da incompatibilidade entre padrões dietéticos modernos e o tipo de dieta que nossa espécie desenvolveu para se alimentar como caçadores-coletores pré-históricos. Os aspectos alimentares influenciaram fortemente nossos ancentrais hominídeos tanto no aspecto físico, como no social. A expansão do nosso cérebro (três vezes maior que o esperado para outros primatas), por exemplo, quase que certamente não teria ocorrido se os hominídeos não tivessem adotado uma dieta suficientemente rica em calorias e nutrientes. Até mesmo a locomoção sobre as duas pernas (bipedalismo) pode ter emergido - dentre outras hipóteses - como uma postura de alimentação, por ter permitido o acesso a alimentos que antes estavam fora de alcance. Sabe-se que o último ancentral comum dos humanos e dos chimpanzés (nosso parente vivo mais próximo) era um quadrúpede. Conforme a teoria evolutiva corrente, por volta de 6 e 7 milhões de anos atrás, viveu nas florestas africanas um antepassado do homem do tamanho de um chimpanzé, que passava a maior parte do tempo nas árvores, em busca de seu alimento (frutas e folhas). Mas eventualmente descia ao solo. A presença de grandes molares e de pequenos caninos sugere que esses hominídeos tinham uma dieta baseada em vegetais, mas podemos supor que, eventualmente, insetos e pequenos vertebrados também fizessem parte de sua alimentação. Após alguns milhões de anos, o continente africano foi tornando-se mais árido, transformando as florestas em pastos e savanas, o que deixou os recursos alimentares distribuídos mais irregularmente. Com isso, observa-se o início da caça de animais selvagens, pois a disseminação de pastos também resultou em