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Álgebra
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Professor de Matemática cria confusão em campeonato de futebol
Adaptado do artigo de
Manoel Henrique C. Botelho
Numa próspera cidade do interior de São
Paulo, o prefeito, querendo justificar a necessidade de uma Secretaria de Esportes
(dizia-se para poder nomear um primo de sua esposa), decidiu implantar um campeonato de futebol.
Como não tivesse infra-estrutura administrativa para organizar o torneio, solicitou ao colégio estadual da cidade que organizasse o evento, já que o colégio tinha dois professores de Educação Física.
Ambos os professores aceitaram a incumbência, desde que os demais membros do corpo docente participassem.
O fato é que algo de contagiante aconteceu, e todos os professores se empolgaram com o torneio.
A professora de Música adaptou um velho hino para o hino do torneio. A professora de Filosofia criou o código de ética do competidor e, como o professor de Matemática também queria colaborar, pediu-se para fazer o regulamento da escolha do vencedor.
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Além de estabelecer os critérios gerais de classificação e desclassificação, era necessário também estabelecer o critério de desempate, em caso de dois times ficarem no final da disputa com o mesmo número de pontos ganhos. Era preciso, neste caso, um critério de decisão. Decidir por saldo de gols era perigoso, pois poderia haver uma “peruada à la argentina”. Decidir por pênaltis era complicado, pela própria complexidade da cobrança, em face da famosa movimentação do goleiro antes de cobrar a falta ou da famosa paradinha criada pelo Rei Pelé, que só chuta depois que o goleiro se desloca para um lado. Como esses critérios são sempre passíveis de interpretação, e como tribunal de futebol de várzea costuma ser o tapa, decidiu-se adotar um critério muito usado em campeonatos estaduais e nacionais de futebol profissional: se, no final do campeonato, dois times estiverem com o mesmo número de pontos ganhos, o