Alfabeto em libras
Nesta aula-tema 01, refletiremos sobre o conteúdo do nosso livro texto, abordado no capítulo 1, denominado “As línguas de sinais: sua importância para os Surdos” (CHOI, et. al., 2011, p. 3-14).
Para compreender a importância da língua de sinais para os surdos, é necessário analisar sua posição em um contexto sócio-histórico. De fato, ao retroceder no tempo e revisitar a história, é possível situar as diferentes representações do surdo, da surdez e das línguas de sinais ao longo do tempo, reconhecendo os mitos que já foram desconstruídos e os que ainda têm sido perpetuados. Para isso, vamos nos basear no livro “Breve história dos surdos – no mundo e em Portugal”, complementando nosso aprendizado. A referência completa do livro está disponível no Saiba Mais.
Um dos primeiros mitos é o de que as línguas de sinais foram recentemente descobertas e/ou criadas quando, na verdade, em registros da Idade Antiga, o historiador português Paulo Vaz de Carvalho (2007, p. 8) afirma que os egípcios já cultuavam os surdos pela forma particular com que se comunicavam. Na Antiguidade, os surdos eram temidos e respeitados pelos egípcios, pois se acreditava que os surdos eram mensageiros dos Deuses ao Faraó.
Apesar disso, a forma diferenciada de se comunicar não era vista com bons olhos por todos os povos da Idade Antiga. Conforme indicado por Choi et. al. (2011, p. 6), na Grécia antiga, a perfeição e a bravura consistiam nos ideias perseguidos na época. Além disso, diante da alta valorização pelos gregos da retórica, pouco ou nenhum espaço era dado aos surdos que, por não ouvirem, consequentemente, não podiam se exprimir pela oralidade.
Logo, por não serem úteis à sociedade grega, os surdos eram condenados a morte.
Do mesmo modo, em Roma, até 529 d.C., os surdos, principalmente os pobres, também não eram considerados dignos de viverem em sociedade. Por essa razão, eram lançados ao Rio Tibre, aos cuidados das