Alfabetização e letramento
Iniciarei minha dissertação definindo as palavras alfabetização e letramento segundo o dicionário Aurélio, sendo assim alfabetizar é definida como ensinar ou aprender a ler e a escrever e a palavra letramento é o estado ou condição de indivíduo ou grupo capaz de utilizar-se da leitura e da escrita, ou exercê-las como instrumentos de sua realização e de seu desenvolvimento social e cultural.
O termo letramento passa a fazer parte do vocabulário brasileiro a pouco tempo, até então o único tema abordado era alfabetização, se o indivíduo soubesse ler e escrever, ou seja, tivesse domínio do código de linguagem era considerado alfabetizado e caso não soubesse analfabeto, sendo assim grande parte da população brasileira era tida como analfabeta.
Ao final do século XX o Brasil decide seguir o modelo dos países mais desenvolvidos que impõe a língua escrita como condição necessária para a conquista da cidadania e sobrevivência no mundo. É nesse período que o termo letramento passa a fazer parte da nossa rotina e passa a ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização, até então instituído, assim como cita Magda Soares que define como alfabetizada a pessoa aprende a ler e escrever e letrada a pessoa que faz uso social da leitura e escrita, assume a leitura e escrita como propriedade.
Não podemos descartar a importância das práticas sócio-culturais da leitura e a apropriação da língua escrita enquanto forma de comunicação, mas faz-se necessário considerar que também é um fato incontestável, que só a partir da descoberta do princípio alfabético e das convenções ortográficas formamos um leitor e escritor autônomo, capaz de agir crítica e politicamente no mundo.
Magda Soares ainda diz que