Alfabetização e cidadania
Para muitos educadores, a alfabetização ainda é um mistério. Erros são cometidos em nome do desconhecido. O artigo esclarece dúvidas e orienta como transformar a sala de aula em um espaço onde o que se busca é o compromisso com o pequeno-aluno-cidadão.
Alfabetização: dever do Estado, direito do cidadão
“A questão do analfabetismo no Brasil é, antes de tudo, política – mantém um contingente de mão-de-obra barata, desqualificada, submissa e excluída. Mas há também alguns mal-entendidos sobre a Língua que dificultam o aprendizado, sobretudo para as crianças das classes populares. O aprendizado da leitura e da escrita coloca o aprendiz diante do mesmo desafio que a espécie humana enfrentou ao inventar a escrita.” (Miriam Lemle).
As taxas de analfabetismo de crianças de 7 a 14 anos fora da escola, de repetência e evasão escolar, no Brasil, ainda figuram entre as mais altas do mundo.
Em março de 1990, declarado pela Unesco - Ano Internacional da Alfabetização -, realizou-se, na Tailândia, com a participação do Banco Mundial, a Conferência Mundial sobre Educação para todos, de que resultaram a Declaração Mundial de Educação para todos e o compromisso assumido pelos países subdesenvolvidos mais populosos, entre eles o Brasil, de elaborar o Plano Decenal de Educação (1993 / 2003).
Durante o processo de alfabetização, o aluno dá seus primeiros passos rumo à cidadania
A partir das exigências da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI e com a nova LDB (1996), alguns avanços têm acontecido no sistema escolar brasileiro:
. novas formas de organização das turmas, do tempo e do espaço escolar;
. novas propostas curriculares, de avaliação e de recuperação da aprendizagem;
. investimentos significativos na atualização dos professores;
. maior autonomia das escolas, com a elaboração de sua proposta pedagógica.
Contudo, ainda é necessário um esforço