alexandra
Prof. António Alves
As correntes tradicional e renascentista da lírica camoniana
I) As formas poéticas da corrente tradicional:
1. CANTIGA
A cantiga constitui uma composição medieval galego-portuguesa de tema religioso ou profano, destinada a ser cantada.
Formalmente, corresponde a uma composição poética composta por um mote1 de quatro ou cinco versos e por uma ou várias glosas2 de oito, nove ou dez versos, que repetem no final pelo menos o último verso do mote.
2. VILANCETE
Etimologicamente, vilancete quer dizer "cantiguinha vilã" e o termo surge pela primeira vez no
Cancioneiro Geral. Esta composição poética nasce de um mote1 pequeno (de dois ou três versos), popular ou alheio, e desenvolve-se nas voltas2. Distingue-se da cantiga pelo facto de o mote não ser repetido textualmente e o metro utilizado é o tradicional, de 5 ou 7 sílabas métricas. 3. ESPARSA
Trova de cariz triste e melancólico generalizada na Península Ibérica a partir do século XV que não é precedida nem de glosa nem de mote, constituída por uma única estrofe de redondilha maior, com oito a dezasseis versos.
4. ENDECHA
Composição lírica proveniente do Cancioneiro Geral que exprime sentimentos tristes e plangentes, aspeto que, entre nós, nem sempre foi observado. Constituída por quadras, caracteriza-se pela utilização da redondilha menor ou pelo verso de 6 sílabas.
1
Mote: pensamento, do autor ou alheio, que irá depois ser desenvolvido nas glosas ou voltas, e a partir do qual se compõe um novo poema.
2
Glosa ou volta: estância que retoma, desenvolvendo-o, o sentido de um dado tema ou mote, do qual repete um ou mais versos em posição certa.
publicado em http://portugues10ano.blogspot.com por António Alves
II) As formas poéticas da corrente renascentista:
1. SONETO
Forma poética constituída por 14 versos distribuídos por duas quadras e dois tercetos. As quadras seguem o esquema rimático ABBA/ABBA e os tercetos o esquema CDC/CDC ou