Alex Flemming
Os pais de Alex Flemming (São Paulo, 1954), o aviador Ary Flemming, natural de Canoinhas, SC, de ascendência alemã e Maria Adelaide de Almeida Prado, planejavam para o filho a carreira diplomática, mas Alex acaba trans- formando-se em artista plástico, depois de estudar Economia, Arquitetura e Cinema. Em 1981, com bolsa da Fulbright Foundation, viaja para Nova York, onde desenvolve, até 1983, projeto de arte no Pratt Institute Manhattan. Nesse período participa duas vezes da Bienal Internacional de São Paulo. Em 1991, transfere-se para Berlim, onde reside e trabalha até o presente, sem perder contato com o Brasil. Foram lançados até o presente três livros sobre sua vida e obra: Alex Flemming, pela Edusp, organizado pela arte-educadora Ana Mae Barbosa, com textos de vários autores, Flemming, uma Poética..., de autoria de Kátia Canton, pela Metalivros e Alex Flemming-Arte e História, de Roseli Ventrella e Valéria de Souza, pela Editora Moderna. Atualmente, Alex Flemming é um dos artistas brasileiros mais conhecidos na Europa, sobretudo na Alemanha e em Portugal, onde é apresentado por importantes galerias.
Estação Sumaré
A obra mais conhecida de Alex Flemming é uma instalação realizada em 1989 na então Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, que posteriormente incorporou o nome de Santuário Nossa Senhora de Fátima, constituída por 44. retratos em alto-contraste, impressos sobre vidro, enfileirados, 22 numa plataforma e 22 na outra, contendo vinte e dois poemas de autores brasileiros, grafados livremente em preto, negativo ou em cores, às vezes borradas, sem alinhamento e sem se preocupar com separação silábica. A utilização de palavras impressas sobre suportes diversos tais como poltronas, é um dos traços mais característicos do processo criativo do artista. As vinte e duas imagens, todas frontais, do tipo fotos para RGs ou passaportes, remetem à questão da identidade e, ao mesmo tempo, da alteridade, ou seja, do respeito pelo outro, pela