aleitamento materno
Jornal de Pediatria
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EDITORIAL
Aleitamento materno: uma contribuição científica para a prática do profissional de saúde
Breastfeeding: a scientific contribution to the practice of health care providers
Elsa R. J. Giugliani1
Joel A. Lamounier2
As mudanças mais radicais de todos os tempos na
do, foi construído um amplo referencial teórico provando, inequivocamente, a superioridade do leite materno sobre os
alimentação infantil ocorreram entre 1850 e 1970, época em
seus pretensos substitutos. No entanto, apesar de todo o avanço científico e dos esforços de diversos organismos nacionais e internacionais, as taxas de aleitamento materno
que o leite materno foi gradativamente sendo substituído por leites de outras espécies, cada vez mais modificados na tentativa de assemelharem-se ao leite humano. A introdução dos substitutos para o leite humano representa, sem dúvida, o maior experimento in vivo não-controlado 1. Segundo Moysés Paciornik, nenhuma função humana foi tão agre-
no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém do recomendado. A mediana de amamentação no Brasil é de 10 meses, e de amamentação exclusiva, de apenas 23 dias4, contrastando com a recomendação internacional de amamentação exclusiva por 6 meses e complemen-
dida, modificada, artificializada quanto a amamentação2. Em resposta ao crescente abandono da prática da amamentação e diante das denúncias das conseqüências desastrosas para a saúde infantil da utilização indiscriminada de leites indus-
tada por 2 anos ou mais5.
trializados, especialmente em populações desprivilegiadas, iniciou-se, na década de 70, um movimento que visava à retomada da amamentação como forma preferencial de alimentar a criança pequena3. Mas, para isso, seria necessário
aleitamento materno e optar por esta prática. Para levar adiante sua opção, ela precisa estar