ajustando a analise e as escalas
1A América do Sul e o seu processo de integração em curso constituem um formidável laboratório para os analistas da cena internacional contemporânea do Pós-Guerra Fria. Nos últimos anos, sobretudo, a intensificação do processo de integração regional tem desencadeado movimentos de natureza político-estratégica (ou simplesmente geopolíticos) de diversas ordens e direções, em que alguns tendem à convergência, outros à dispersão e, outros ainda, no limite, ao antagonismo.
2Os estudiosos e os policymakers dos países da região e de fora dela, estão de modo geral convencidos de que também aqui se desenrolam eventos que poderão confirmar, ou jogar por terra, a validade das teorias e análises voltadas para uma adequada compreensão da natureza e das tendências dominantes do atual sistema internacional. E o mais tradicional, e ainda produtivo desses debates, é a interminável reiteração da antiga dicotomia entre as concepções que se abrigam nos campos do construtivismo e do realismo político.
1 O filósofo alemão E. Kant, com o seu conceito de Paz Perpétua é considerado o “Pai-Fundador” dessa (...)
3Ela expressa, de um lado, as tendências de contração desse sistema como um todo (os movimentos centrípetos), processo que tem sido associado à construção de uma governança mundial que teria adquirido notável relevância com o fim da bipolaridade e para a qual, mais que os efeitos do clássico equilíbrio de poder entre as potências ou os estados em geral, a conquista da paz duradoura seria o resultado do funcionamento adequado e contínuo de um conjunto virtuoso de fatores políticos e institucionais. Trata-se de concepção que indica a predominância de um quadro geral cujos contornos sugerem a vigência do cenário traçado pelas antigas e novas teorias chamadas genericamente de construtivistas1. Nas suas formulações contemporâneas – ou do pós-Guerra Fria – foram incorporados ingredientes típicos da nossa época, como o recente crescimento e