agua
Transplante de florestas
Orquídeas, sementes e mudas de área a ser perdida podem enriquecer uma região 40 vezes maior
F
Epífitas fixadas com barbante de sisal e fibra de palmeiras em floresta em processo de restauração de Santa
Bárbara d'Oeste
40 z julho DE 2013
lorestas a serem cortadas com autorização legal para a construção de estradas ou hidroelétricas podem ser uma fonte de material para enriquecer outras, em processo de restauração, ou para formar novas florestas. Pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São
Paulo (USP) em Piracicaba verificaram que é efetivamente possível transplantar ervas, palmeiras, trepadeiras, bromélias e orquídeas de uma floresta a ser perdida para outras, em formação. Calcula-se que esse material, as mudas pequenas (plântulas) de árvores e arbustos e o solo superficial carregado de sementes – geralmente não aproveitados –, represente 50% da diversidade biológica de uma mata e, agora se vê, pode complementar o plantio de mudas de árvores e arbustos.
De 80 mil a 190 mil mudas de árvores poderiam ser retiradas de apenas um hectare de floresta madura, antes de ser cortada. Com esse material seria possível replantar mais de 40 hectares, estimam os pesquisadores da USP. Das matas a serem cortadas também se poderiam retirar epífitas (orquídeas e bromélias) e trepadeiras, que ajudam a reestabelecer a interação entre plantas, animais e o solo nas matas em que fossem introduzidas. Arbustos, ervas, palmeiras, bromélias e orquídeas deixam as florestas em restauração mais diversificadas, coloridas e floridas que as formadas apenas por árvores.
Se apenas uma parte das plântulas dos 590 hectares que foram legalmente desmatados em
2009 e 2010 no estado de São Paulo tivesse sido
1 Uma orquídea
Catasetum fimbriatum transplantada formou raízes e se fixou em uma árvore de uma
floresta