Agostiniano: do século iv ao século v
A concepção de tempo apresentada por Santo Agostinho2 no livro XI das
Confissões é uma das maiores discussões de seu pensamento filosófico-teológico. O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise fundamentada na constituição da eternidade e da temporalidade. Uma proposta de reconciliação entre o divino e o humano, por meio da análise do tempo iniciada com a pergunta “o que fazia Deus antes
2 Antes do aprofundamento nas abordagens de tempo e eternidade, faz-se necessário conhecer sinteticamente a biografia de Santo Agostinho, uma vez que o transcorrer de sua vida está intrinsecamente ligado às suas obras, principalmente as Confissões, que apresenta como aconteceu seu processo deconversão ao cristianismo. Aurélio Agostinho nasceu em 354 em Tagaste, norte da África romana.Patrício, seu pai, era pagão, já Mônica sua mãe era cristã, a qual exerceu profunda influência sobre ele.
Sua infância e adolescência foram passadas em Tagaste e Cartago. Agostinho tinha temperamento ardente, era rebelde a todos os freios, levou uma vida desordenada e dispersa antes de sua conversão.
Porém, sempre se dedicou aos estudos clássicos, particularmente os latinos. Aproximadamente aos 19 anos, seu contato com a obra Hortênsio de Cícero o levou a apaixonar-se pela filosofia e a debruçar-se sobre os problemas do pensamento. Em 374 aderiu ao maniqueísmo. Também dedicou muitos anos ao ensino da Retórica. Com 29 anos, em 383, foi para Roma a fim de continuar os ensinamentos retóricos.
Neste mesmo período o exemplo e a palavra do bispo Ambrósio persuadiram Agostinho sobre o cristianismo, assim sendo, tornou-se um catecúmeno. As leituras de Plotino, traduzidas por Mário Vitorino, retórico que se converteu ao cristianismo, também tiveram grande importância na sua orientação definitiva. Quanto ao Neoplatonismo, Agostinho não encontrou os ensinamentos da encarnação do Verbo e o caminho da humildade cristã, porém encontrou