Afríca
O ator norte-americano de 72 anos faz o papel de Mandela em "Invictus", novo filme de Clint Eastwood que estreia nesta sexta-feira em circuito nacional.
Tanto Freeman quanto Eastwood pensaram, a princípio, em adaptar a própria autobiografia do líder para o cinema. Mas deram-se conta de que o extenso material renderia um filme ou minissérie de muitas horas.
Eastwood encontrou então o livro "Playing the Enemy", de John Carlin, que focaliza um momento particular na conciliação da África do Sul pós-apartheid: a realização da Copa Mundial de Rúgbi, que o país venceu, contra todos os prognósticos. A vitória serviu como elemento de união nacional.
Em fevereiro de 1990, Mandela (Freeman) acabara de sair da prisão, depois de 27 anos. Quatro anos depois, foi eleito o primeiro presidente negro da história de um país onde, por décadas, a maioria negra não tinha quaisquer direitos políticos, sociais e econômicos. Por conta disso, há uma enorme tensão na África do Sul. Do lado dos negros, devido à ânsia de ocupar seu espaço e, em alguns setores, de buscar vingança. Do lado dos brancos, ainda a elite econômica e cultural da nação, medo e desconfiança, quando não alguma tentativa de boicote ao novo governo.
Mostrando sabedoria política exemplar, Mandela sabe que terá de satisfazer aos dois lados e conquistá-los. Uma oportunidade se apresenta com a Copa Mundial de Rúgbi. Esporte branco por excelência, o rúgbi é desprezado pela maioria negra, que torce ostensivamente por todo e qualquer adversário do time nacional nas competições. Para piorar, a seleção nacional também não apresenta um desempenho dos melhores.
O presidente Mandela enxerga aí uma chance única. Assim, abre uma vaga na sua