Afranio Peixoto
A suposta cientificidade da ciência criminológica do final do século XIX e início do XX dava suporte à legitimação dos valores socioculturais dos grupos hegemônicos com o propósito de perpetuar a ordem social justificando preconceitos e perseguições às classes pobres e às raças consideradas inferiores, assim como as distinções que mantinham a hierarquia entre homens e mulheres. No Brasil, Raimundo Nina Rodrigues e seus seguidores são responsáveis pela defesa e vulgarização de teses que procuravam explicar o “atraso” da sociedade brasileira frente à moderna civilização. Médico, professor, político, escritor. Trazendo consigo essa pesada bagagem de talento múltiplo, Júlio Afranio Peixoto (data nasc/morte) iniciou sua trajetória profissional no finalm do século XIX. Nasceu no interior da Bahia, em 1876 onde se formou em medicina no ano de 1897, com sua aclamada tese “Epilepsia e Crime”, orientado por Nina Rodrigues. Neste trabalho, Afranio investe na discussão acerca da relação entre a doença a propensão inata ao crime do seu portador. Mudou-se para o Rio de Janeiro, capital do país, em 1902 convidado por Juliano Moreira para ocupar o cargo de exercendo as profissões de Inspetor de Saúde Pública. D e dois anos depois, tornou-se de diretor do Hospital Nacional de Alienados. Em 1932 exerceu a função de professor de História da Educação no então Instituto do Distrito Federal, atual Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. Enquanto professor, costumava publicar os programas dos cursos que lecionava na forma de manuais, a exemplo dos Noções de História da Educação, resultado do curso que lecionou entre 1932-34, no Instituto de educação do Rio de janeiro, publicado em 1936, e Criminologia, resultado da experi~encia como professor de Medicina Legal na extraordinário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Considerado um polígrafo entre seus contemporâneos, Afranio usou