Affordances
Cunhado por Gibson (1986) o termo affordance pode ser descrito como tudo aquilo que o ambiente oferece ao animal, o que provê ou proporciona, sendo bom ou mesmo ruim. Para melhor compreensão usaremos um exemplo: Imagine que estamos observando uma criança, e suponhamos que essa criança goste de cantar. Como é natural de toda criança imitar algo ou alguém considere que essa criança está imitando o cantor de sua preferência e está cantando a música que mais gosta. Agora imagine que essa criança observou que o seu cantor possui um microfone, então consequentemente ela também procura um microfone para si, não encontrando um microfone propriamente dito essa criança se apropria suponhamos de uma embalagem de desodorante, quando essa criança percebe essa embalagem de desodorante como um microfone ela está praticando o conceito de affordance ou seja ela percebeu que o ambiente lhe proporcionava uma embalagem de desodorante para ser usada como microfone.
Um outro contexto em que o termo affordance tem sido amplamente usado é na área de Linguística Aplicada. Não obstante, recentemente Paiva (2010) traduz o termo para o Português como “propiciamento” (doravante nomeado dessa forma). A aplicação do conceito de affordances no ambiente de aprendizagem vai muito além da utilização de material didático, envolvendo outros recursos com os quais os alunos lidam, inclusive os que possuem tecnologias digitais de informação e comunicação.
Esses propiciamentos manifestam-se nas interações escritas e orais com outros indivíduos dentro ou fora de seus nichos e nas experiências com produções culturais (livros, revistas, músicas, filmes, jogos, etc.). Eles percebem a língua como algo que propicia uso, agência, e não manipulação meramente estrutural. (PAIVA, 2010, p.11)
Uma outra definição para o termo affordance foi criada por Van Lier (2004) ao afirmar que esse termo diz respeito àquilo que está disponível para alguém fazer algo e que emerge ao interagirmos com o