afetividade, cognição
Muito se tem falado sobre afetividade na educação, especialmente na relação professor-aluno. Muitas vezes, trata-se de relações de carinho criando um ambiente de bem estar na sala de aula, desvinculado do papel da escola: ensinar os conhecimentos acumulados e legitimados culturalmente pela sociedade.
A afetividade é uma dimensão do ser humano que envolve emoções, sentimentos e paixões (WALLON, 1995b) e o compõe enquanto pessoa. Este artigo tem por objetivo discutir a relação entre os aspectos afetivos e cognitivos no processo de ensinar e aprender, identificando as formas pelas quais a prática pedagógica e a postura do professor afeta a aprendizagem dos alunos, em diferentes séries. Pretende se contrapor às ideias relacionadas à pedagogia do amor e às de que o aluno deve encontrar professores amigos e um ambiente agradável. Torna-se urgente recolocar a discussão sobre a afetividade, definindo o que é, como se constitui e qual o seu papel no desenvolvimento humano.
A afetividade desempenha um papel fundamental na constituição e funcionamento da inteligência, determinando os interesses e necessidades individuais. Entende que a primeira relação do ser humano ao nascer é com o ambiente social. Assim, as manifestações iniciais do bebê assumem um caráter de comunicação entre ele e o outro, sendo vistas como essenciais para garantir os cuidados necessários para a sua sobrevivência. Apesar desse papel fundamental na fase inicial de vida, as emoções e sentimentos têm uma função social de contágio, mobilização e comunicação com o outro que se mantêm por toda a vida, por sua vez, defende que a construção do conhecimento ocorre a partir de um intenso processo de interação entre as pessoas, que possibilita a criança apropriar-se das práticas culturalmente estabelecidas, evoluindo das formas elementares de pensamento para formas mais abstratas, que a ajudarão a conhecer e controlar a realidade. Destaca a importância do outro não só no processo de construção do