aerogel de grafite
As espantosas propriedades do grafeno
Esta nanoestrutura de carbono, com a espessura de apenas um átomo mas de enorme resistência, vai permitir criar desde computadores ultra-rápidos a aplicações dignas de Harry Potter.
Num futuro não muito distante, o grafeno irá transformar as nossas roupas, as janelas dos edifícios, a chapa dos automóveis ou mesmo uma simples folha de papel em versáteis dispositivos electrónicos. Devido às suas extraordinárias propriedades, são cada vez mais os investigadores convencidos de que a próxima revolução tecnológica poderá articular-se em redor do novo e prodigioso material.
Em 1947, o físico canadiano Philip Russell Wallace foi responsável pelo primeiro estudo teórico sobre as potenciais aplicações do grafeno. Todavia, a descoberta experimental só se produziu em 2004, graças a dois físicos da Universidade de Manchester (Reino Unido), Andre Geim e Konstantin Novoselov.
A questão era que o grafeno, tal como se conhecia até então, parecia demasiado instável para poder ser encontrado na natureza. Os dois cientistas, de origem russa, que foram galardoados com o Prémio Nobel da Física em 2010 pelos seus estudos, demonstraram o oposto, com um método tão invulgar quanto engenhoso. Com muita paciência e fita-cola, conseguiram isolar o composto ao libertá-lo da grafite da mina de um lápis. Depois, transferiram o material para uma lâmina de silício.
Trata-se, na realidade, de uma das estruturas mais simples que se pode imaginar. “É, simplesmente, uma camada bidimensional de átomos de carbono organizados de forma hexagonal”, explica o espanhol Tomás Palacios, investigador do Departamento de Engenharia Eléctrica e Ciência Computacional do Instituto Tecnológico do Massachusetts (MIT) desde 2006, e que também inventou, há um par de anos, um chip de grafeno. Agora, pensa que é possível utilizá-lo para criar detectores de luz de enorme eficácia, pois serve igualmente para localizar fotões.
O grafeno apresenta uma