adulto
Destacamos esta afirmação de Boutinet já que ela nos remete para a particular atenção que se deve dar à vida adulta e provoca algumas interrogações: para além da aparência, a vida adulta pode ser outra coisa que não uma idade de referência? A que “antigas certezas” se está a referir Boutinet? Será que, nos dias de hoje, podemos referir-nos à adultez como uma fase de vida aproblemática? Não será evidente a sua complexidade? Parece cada vez mais inegável a importância de considerar a idade adulta enquanto objecto teórico e de investigação e, para além do défice conceptual com que nos confrontamos quando se pretende pesquisar sobre esta fase de vida, a temática da idade adulta torna-se cada vez mais actual. A provar isso estão os mais variados termos que surgem na língua portuguesa e tentam definir a fase de vida adulta, como, por exemplo, adultez, “adultado, adultidade, adultescência, andragogia, maturescência, antropolescência” (BOUTINET, 2000; COSTA E SILVA, 2003), e ainda, vocábulos que evidenciam a indeterminação dos limites das categorias etárias e a ambivalência complexa e paradoxal que envolve o conceito de vida adulta (BOUTINET, 1993).
Esta ambiguidade tem vindo a ser tema de interesse, a partir dos anos de 1990, de um maior número de estudiosos devido, especialmente, ao facto do modelo tradicional de entrada na vida adulta, que considera o adulto como um estatuto a atingir com a obtenção de estabilidade na vida profissional, financeira e familiar, sofrer várias pressões sociais com:
a- O prolongamento escolar e a necessidade de