Adulterão do leite
Na casa de um dos transportadores foi encontrado um escrito contendo a fórmula possivelmente utilizada para a adulteração do leiteFoto: Marjuliê Martini / MP-RS / Divulgação
Um pote de pepino que continha um pó branco, com uma etiqueta com uma espécie de fórmula, foi o que levou o Ministério Público a descobrir como era feita a adulteração do leite no esquema identificado na Operação Leite Compen$ado, que entrou em sua segunda fase na manhã desta quarta-feira no Rio Grande do Sul, com novas prisões e apreensões.
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O pote foi entregue por um informante ao Ministério Público, em fevereiro. Continha um pó branco com cheiro de amônia e, na frente, uma etiqueta com os dizeres '10 gramas de produto, para 100 mililitros de água e 900 mililitros de leite'. O produto seria a ureia que era adicionada para compensar a perda de proteína com a adição de água.
A ureia foi detectada por análise química, após exames feitos pelos químicos do Ministério Público e do Ministério da Agricultura. No entanto, o esquema só foi descoberto porque os fraudadores usavam um tipo de ureia mais barata, o mesmo tipo usado na agricultura, que acabava produzindo o formol.
Após a prisão de dois empresários, na manhã desta quarta-feira, o promotor responsável pela operação, Mauro Rockenbach, afirmou que existem suspeitas de que o método de adulteração do leite pode estar sendo realizado em outras cidades do Rio Grande do Sul, mas, para preservar as investigações, preferiu não dar mais detalhes. “É muito cedo”, disse.
Para comprovar a fraude, o Ministério Público vai comparar os registros do volume de leite que era recolhido nas produtoras com o que chegava às indústrias. “A diferença é o produto da adulteração”, afirmou.
Diferentemente do que aconteceu na primeira fase da investigação, onde foram divulgados os nomes das marcas de leite adulteradas, nesta