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Juliet Schor, professora de economia de Harward, explica que o espiral da fadiga se desenvolveu como uma bola-de-neve desde o tempo das cavernas, para chegar ao auge do período em que vivemos. O homem primitivo trabalhava apenas vinte horas por semana, caçando animais nas proximidades e colhendo frutos das árvores. Embora também estivesse sujeito ao estresse pelo medo dos predadores, tempestades e tribos inimigas, o número de agressões que sofria diariamente era bem mais reduzido.
Na Idade Média, ainda se trabalhava pouco. Os países europeus tinham o descanso de domingo como princípio sagrado e cinqüenta feriados por ano. Durante séculos, a maior parte da humanidade dedicou-se apenas a trabalhos braçais, que sempre terminavam ao pôr-do-sol.
Tudo isso acabou com a Revolução Industrial, que instituiu a carga horária de dezesseis horas diárias e aboliu a maioria dos feriados. No Brasil, onde tudo isso ocorreu com atraso, o choque do estresse foi mais violento. Na cultura colonial portuguesa, o ócio era elegante e o trabalho não passava de uma obrigação do escravo. Entrar na lógica da produção pesada e da concorrência capitalista foi um trauma. No século XX, no curto espaço de duas gerações, a maioria da população do país abandonou o campo para viver no estresse da cidade.
Ainda assim, Einstein (1933), três anos após ter-se imigrado para os EUA, dizia-se otimista com o desenvolvimento tecnológico, apesar das supressões generalizadas dos direitos humanos naquela época, por exemplo com o Stalinismo e o prenúncio do Nazismo e Fascismo, por acreditar que o homem iria ter mais tempo de lazer e ser mais feliz. Embora humanamente correto, engana-se socialmente.
Os avanços tecnológicos do início do século haviam prometido facilitar a vida de todos. Alguns economistas previam que na década de 90 os operários, felizardos, trabalhariam apenas três horas por dia. Entretanto, as invenções que prometiam um mar-de-rosas escondiam um risco que hoje cobra seu