administração Hospitalar
Mirando no público de baixa renda e com processos inspirados na rede de fast-food, a Beleza Natural cresce 27% ao ano.
A diarista carioca Jane Santana, de 32 anos, passou boa parte da vida procurando um produto para domar seus cabelos muito crespos. "Tentei alisamento e permanente, mas nunca deu certo", diz. Até que, conversando com uma amiga, descobriu um salão da rede Beleza Natural, no Rio de Janeiro. Há três anos, todos os meses ela enfrenta longas filas para deixar seus cachos arrumados. Com renda mensal de 400 reais, chega a gastar ali 90 reais por mês em produtos e serviços de beleza. "Não abro mão do tratamento", diz Jane. A responsável por sua satisfação é a carioca Heloísa Helena de Assis, de 45 anos, a Zica. Ela conhece bem as necessidades de mulheres como Jane. Zica também foi empregada doméstica e morava numa comunidade pobre no subúrbio do Rio de Janeiro. Passou dez anos misturando cremes em bacias até conseguir domar sua volumosa cabeleira com uma fórmula própria. Hoje ela mora na Barra da Tijuca e administra a rede de salões de beleza que mais faz sucesso entre as mulheres das classes C e D. Especializada em cabelos crespos, a Beleza Natural emprega 400 funcionárias e atende mais de 20 000 clientes por mês em quatro salões no Rio e um no Espírito Santo. Faturou 13 milhões de reais no ano passado e vendeu 530 toneladas de produtos de beleza.
"Eu sabia que muitas pessoas tinham as mesmas necessidades que eu, e o mercado não as enxergava." Com seus atuais cachos soltos, Zica encontrou muito mais do que uma solução estética para seus cabelos. Ela é o retrato do empreendedor que seguiu uma fórmula de sucesso freqüentemente recomendada, mas difícil de aplicar - inventar o que ainda não existe e copiar o que pode ser copiado. Para fazer da Beleza Natural uma empresa vitoriosa, Zica combinou um produto inovador para um imenso mercado não atendido com um modelo de negócios inspirado em práticas de