ÁLCOOL E DROGAS NO TRABALHO “Hoje é segunda-feira e o colega de departamento, que senta ao lado de sua mesa faltou ao trabalho. Ele, aliás, não trabalhou em muitas segundas-feiras do ano que ora termina. Ninguém entende como o colega, com mulher e lindos filhos consegue ser tão irresponsável”. Essa pequena ilustração nos ajuda a introduzir um dos grandes problemas que ameaçam a instabilidade econômica do nosso país: a questão do uso e consumo de bebidas alcoólicas e drogas em geral, antes, durante e depois do ambiente de trabalho. A cada dia que passa tem se comprovado que o consumo de álcool e drogas tem afetado a vida de boa parte dos 82 milhões de trabalhadores brasileiros. As empresas também tem tido prejuízos enormes. Segundo cálculos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o Brasil perde por ano US$ 19 bilhões de absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas pelo uso do álcool e outras drogas. Estatísticas recentes apontam o Brasil entre os cinco primeiros do mundo em número de acidentes no trabalho. São em média 500 mil por ano e 4 mil deles resultam em mortes. Os setores em que mais ocorrem são: construção civil, indústrias metal-mecânica, eletro-eletrônica, moveleiras e madereiras. Independente das razões que levam ao alcoolismo ou a dependência de drogas, este é um problema que deve ser enfrentado para que os trabalhadores, familiares e empresas ganhem em qualidade e produtividade. O uso de drogas no local de trabalho é um problema mundial de saúde pública. E, portanto, deve ser tratado sem discriminação, recomenda a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dados levantados pela OIT indicam que 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas intoxicadas que se machucam a si mesmas e a outros. No âmbito das relações de emprego, a intoxicação habitual faz com que o trabalhador se mantenha em atividade, enquanto pode, por mera obrigação. Passada a fase de euforia e da desinibição, vem a fase da dependência, cuja tendência é se