Administracao aplicada

Por que (não) ensinar gramática na escola.

Carolina Straiotto da Silva1

No capítulo “Os diferentes tipos de gramática” do livro “Por que não ensinar gramática na escola”, de 1996, Sírio Possenti, graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná em 1969, também autor de livros como “Discurso, estilo e subjetividade” (2008) e “Os limites do discurso” (2009), apresenta de modo consiso os conceitos de gramática, tais como gramáticas normativas, descritivas e internalizadas, e os dois sentidos de regras.
Segundo Sírio Possenti, o conceito de gramática é subjetivo, pois nem todos que estudam esse aspecto da língua a definem da mesma forma. Para ele, gramática é um conjunto de regras, que apesar de esta definição não ser uma definição precisa deve ser aceita para formular uma argumentação e diferenciar os tipos de gramática. O importante é criar questionamento para que professores de primeiro e segundo graus entendam um “conjunto de regras” que podem ser entendidas como: a) conjunto de regras que devem ser seguidas; b) conjunto de regras que são seguidas; c) conjunto de regras que o falante da língua domina.
Para o autor, a primeira definição de gramática é a gramática normativa (conjunto de regras que devem ser seguidas) que dita ou prescreve as regras gramaticais de uma língua, tendo como suas prescrições a única forma correta de realização da língua, categorizando as outras formas possíveis como erradas. Esta é a definição mais conhecida pelos professores, pois é primordialmente adotada nos livros didáticos.
A segunda definição para Possenti é a gramática descritiva (conjunto de regras que são seguidas), que é o objeto de estudo dos linguistas, que buscam explicar e descrever as línguas da maneira que elas são faladas. Certamente pode haver diferenças entre as regras que são seguidas e as que deveriam ser seguidas segundo a gramátima normativa. Isso se dá pelo fato de que a língua está em constante mudança enquanto a gramática normativa