Adm 2012
A aprendizagem
Maria Judith Sucupira da Costa Lins
Uma criança tem um livro na mão e olha curiosa para as gravuras e também para pequenas figuras que se alinham em todas as páginas de forma incompreensível. A mesma criança, algum tempo depois, tem o mesmo livro na mão e consegue decifrar as pequenas figuras que se alinham naquelas páginas e realiza o que chamamos de leitura. Não foi porque o tempo passou que ela conseguiu realizar a leitura do livro. Todos nós sabemos que ela não nasceu lendo, nem mesmo trazia consigo uma capacidade em potencial que, espontaneamente, um dia apareceria, fazendo com que ela viesse a ler. Também comprovamos que ela não entendia o que estava escrito no livro durante algum tempo de sua vida. A leitura de um livro não é uma coisa que alguém já consiga fazer desde que nasceu ou que, aos poucos, vá demonstrando, como numa situação de crescimento natural.
Não se trata de um amadurecimento, ou de um tipo de crescimento, ou de uma iluminação, ou apenas de uma questão de se conseguir alguma coisa depois de algum tempo. O que houve foi um fenômeno específico, identificável, conhecido como aprendizagem. Qualquer pessoa, vendo esse exemplo, imediatamente dirá que essa criança aprendeu a ler. Mas nem todas as pessoas conseguirão explicar esse fato; não saberão dizer como essa criança conseguiu aprender. Ou, por outro lado, haverá algumas pessoas que apresentarão diversas explicações para esse fato, cada uma a seu modo, cada uma diferente da outra.
Uma senhora deseja costurar um vestido para sua neta, mas nunca havia feito isso em sua vida. Ela não sabe fazer uma roupa, mas já viu alguém costurando uma, ou já viu uma roupa pronta, e sabe que é possível realizar aquela tarefa. Num determinado momento ela se dispõe a realizar isso, quer saber como