Adm 2012
Meus dias de infância não foram diferentes de muitas crianças, pulei, corri, andei por vários lugares que nem eu sabia onde eu estava, mas não tinha nada melhor para brincar senão no meu pé de mangueira plantado pelos meus avós.
A cada tarde ensolarada eu, João e Tiago, amigos inseparáveis, brincávamos subindo e descendo na arvore frutífera, correndo pela rua com os pés descalços no asfalto quente e sem se importar com os carros que passavam em frente de minha casa, casa essa simples e humilde. Dona Vera, visinha do outro lado rua, olhava tudo de sua janela amarela de vidros quebrados e achava tudo engraçado a nossa traquinagem, mal sabia ela que seus vidros quebrados eram de nossa autoria.
Dona Vânia, minha mãe, batalhadora desde os seus 15 anos, acostumou-se acordar cedo para fazer café aos meus avós, com tal costume adquirido na sua infância, logo, em sua casa depois de casada não seria diferente, meu pai, o Sr. Raimundo, no seu dia a dia de trabalho árduo e longo, devia está bem alimentado no sua primeira refeição, então ela lhe preparava seu café bem forte acompanhado de pão e duas fatias de bolo de milho. As 06 em ponto da manhã, com o sol irradiante e com poucas nuvens no céu, ela me acordava e preparava o mesmo café da manhã de meu pai, pois eu estudava no turno matutino.
Na parte da tarde, sentado na porta de casa, esperando meus amigos para mais um dia de diversão, ficava a admirar o meu pé de mangueira, imaginado, eu no galho mais alto, olhando para rua, vendo as pessoas passar, sempre a jogar algo sem querer acertar ou machucar, mas nem sempre era assim.
Dona Vânia limpando as folhas que caiam no chão da mangueira, sempre ouvia reclamações de mim de pessoas que passavam na rua, enfurecida por causa do ocorrido, me chamava à atenção e pedia para que eu e meus amigos não continuássemos a subir na mangueira, mas logo tudo passava e ela esquecia o fato das pessoas reclamando em sua porta,