Adaptações parasitarias
Ao observarmos os seres vivos – animais e vegetais – vemos que o seu inter-relacionamento é muito grande. Esse inter-relacionamento varia desde a colaboração mútua (mutualismo) até o predatismo e o canibalismo. O parasitismo seguramente ocorreu quando na evolução de uma dessas associações um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de alimentos.
Como conseqüência dessa associação e com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro. Esta evolução foi sendo feita à custa de adaptações e tornando o invasor (parasito) mais e mais dependente do outro ser vivo. As adaptações são principalmente morfológicas, fisiológicas e biológicas e, muitas vezes com modificações de tal forma que não nos é possível reconhecer os ancestrais dos parasitos atuais.
As principais adaptações são as seguintes:
Morfológicas
a) degenerações: representadas por transformação, perdas ou atrofias de órgãos locomotores, aparelho digestivo etc. Assim, por exemplo, vemos as pulgas, os percevejos, algumas moscas parasitas de carneiro que perderam as asas; os Cestoda que não apresentam tubo digestivo (a nutrição se faz por osmose); os artrópodes (ectoparasitos), cujos artículos terminais das pernas se tornam garras.
b) hipertrofia: encontradas principalmente nos órgãos de fixação e reprodução. Assim, alguns helmintos possuem órgãos de fixação muito fortes, como lábios, ventosas, acúleos, bolsa copuladora. Alta capacidade de reprodução, com aumento acentuado de ovários, de útero para armazenar ovos, de testículos. Aumento de estruturas alimentares de alguns insetos hematófogos para mais facilmente perfurarem a pele e armazenarem o sangue ingerido; os nematóides possuem, em geral, peças bucais móveis que lhes permitem fixar-se e dilacerar a mucosa intestinal de seu hospedeiro.