ADAPTADOOOOOO

Lisbela e o Prisioneiro
(adaptação livre)

Ato I
CENA I
Os atores entram em cena.
(Na entrada do cinema de Vitória de Santo Antão, três mulheres fofoqueiras se encontram. Música instrumental Tico-Tico no Fubá. Acendem-se luzes sobre elas)
RAIMUNDA – (Estressada) Essas mocinhas de hoje em dia todas tão sonhadoras...
DORINHA – (Indignada) Ah, mas é tão bom sonhar
NEIDE – (Perdida) Que que tem? Toda noite eu sonho.
RAIMUNDA – Não tô falando desse tipo de sonho. (Gesticulando) É tipo a filha do capitão Guedes.
NEIDE – (Confusa) E o que tem ela?
RAIMUNDA – (Soando com inveja) Toda apombaiada... Vive vendo esse “filme estrageiros”, achando que a vida é assim...
DORINHA – (Agindo com pena) Deixa ela, mulher, a pobrezinha...
NEIDE – (Falando alto e apontando para a plateia, onde um casal estará andando) E NUM É ELA VINDO ALI?
RAIMUNDA – (bate na Neide e fala sussurrando agressiva). Fala baixo, desgraça, se não ela ouve…
(Luz no corredor, iluminando Lisbela e o seu noivo que aparecem procurando um lugar vazio no cinema. Começa a tocar a música instrumental The Dream - Titanic.)
LISBELA – (Aponta para o lugar) Aqui!
DOUGLAS – (Indignado) Mas por que aqui?
LISBELA – Porque aqui na frente tem dois casais, e no meio deles um lugar vazio. Pouca gente vem ao cinema sozinho. Aí vai ficar essa brecha na minha frente.
DOUGLAS – Mas na minha frente ficou o maior cabeção, aí! (Mostra com as mãos o casal com uma cara ruim)
LISBELA – Quando começar ela vai arriando na cadeira, você vai ver.
DOUGLAS – Lisbela, tu é “escoladona” em assistir filme, hein?
LISBELA – Shiiiiu!
(Começam a falar sussurrando)
DOUGLAS – Pô, mas nem começou ainda!
LISBELA – Mesmo assim. Antes do filme se fala baixinho. DOUGLAS – Pô, é preto e branco!
LISBELA – Eu acho bonito. Agora silencio que está começando.
(Apaga-se a luz do corredor)
(Banco de uma praça. Luz se acende no palco).
DORINHA – Ah, eu queria ter tanto visto o filme de hoje no cinema...
NEIDE –