AD 1 – O Estado e os Problemas Contemporâneos
A questão da pobreza e do desenvolvimento envolvem variáveis tanto complexas, quanto multifacetadas, de modo que a análise deste fenômeno social passa por diferentes abordagens.
Ao se tratar da questão da pobreza há que se considerar, em conseqüência, a desigualdade. É que seja adotando o critério de pobreza absoluta – insuficiência de renda quando se analisa o indivíduo ou grupo encontra-se privado dos meios adequados de subsistência - seja tomando o conceito de pobreza relativa – expressa quanto determinados grupos sociais estão distantes do padrão de vida médio de uma dada sociedade – há que se considerar que o aprisionamento de determinados grupos sociais na situação de pobreza é conseqüência de enormes desigualdades de renda e de acesso a serviços.
O Brasil, apesar de apresentar importante evolução do PIB continua abrigando grande contingente de pobres com reduzidas perspectivas de mobilidade social ascendente.
Apenas o crescimento econômico, ainda que importante, não se mostrará suficiente para equalizar os problemas de longa data que nosso país enfrenta. Não será suficiente posto que é necessário crescer reduzindo as desigualdades, não deixando que elas se perpetuam ou ate mesmo que se acentuem. Sem a adoção de mecanismos eficientes de distribuição de renda, em casos de desigualdade tão latentes como o brasileiro, o crescimento econômico per si tem o condão de apenas aumentar a distancia entre os mais favorecidos economicamente e os excluídos da dinâmica social da economia capitalista instaurada. O Brasil tem muito a fazer neste sentido haja vista que nosso processo de industrialização e modernização social, ocorrido a partir dos anos 1930, não incorporou grandes parcelas da população, ocasionando uma sociedade segmentada.
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