Acting Out

TEORIA PSICANALÍTICA

Qual a importância da manifestação do ACTING OUT no setting analítico?

O acting out é importante no setting analítico, pois uma vez manifesto no processo de análise poderá oferecer material necessário para observação do psicanalista.
Acting out, ao lado dos conteúdos oníricos (sonhos), das parapraxias (atos falhos) e dos chistes (gracejos, piadas, “brincadeiras”, etc) são manifestações que emergem do inconsciente no contexto da transferência e que se tornam objetos análise.
No Dicionário de Psicanálise de Elizabete Rudinesco e Michel Plon, assim lemos sobre o que venha ser “acting out” (pag.19):
[...] designa a maneira como um sujeito passa inconscientemente ao ato, fora ou dentro do tratamento psicanalítico, ao mesmo tempo para evitar a verbalização da lembrança recalcada [...].

O acting out acontece como forma de expressão do inconsciente sem utilização da fala. Neste caso o corpo se torna o veículo de comunicação daquilo que o inconsciente do paciente deixa vazar dos seus impulsos infantis reprimidos ou de sentimento antigo de culpa.

Por exemplo:

Braços cruzados podem significar resistência a análise e pode ter com alguma experiência no passado que tenha sido repressora para o analisando.

Para finalizar, lemos no Dicionário de Psicanálise de Elizabete Rudinesco e Michel Plon (pág.19), o que diz Freud:

O paciente “traduz em atos” aquilo que esqueceu: “É de se esperar, portanto”, diz Freud, “que ele ceda ao automatismo de repetição que substituiu a compulsão à lembrança, e não apenas em suas relações pessoais com o médico, mas também em todas as suas outras ocupações e relações atuais, bem como quando, por exemplo, lhe sucede apaixonar-se durante o tratamento”.

Daniel Silva
Psicanalista em formação

Rio de Janeiro, RJ
Abril de 2013