Acolhimento do paciente na ubs
“Uma pessoa não é uma doença, não é uma angústia existencial. Não pode ser reconhecida como aquela patologia, como o idoso depressivo, como a criança abandonada. É alguém que tem nome e é próximo, mesmo quando parece diferente. Alguém que pode assumir a co-produção da própria saúde, a partir de um aprendizado de hábitos saudáveis e de cuidados consigo mesmo”.
Perceber os aspectos existenciais do paciente, os quais afloram através do comportamento, de atitudes e da vivência com a doença, da qual não é só portador, mas antes seu agente e criador, fornece as pistas para a elaboração de um sistema de atendimento clínico e psicológico. Por maior que seja o acúmulo de conhecimentos e técnicas, somente isso não é suficiente para produzir saúde, bem-estar, equilíbrio entre os aspectos físicos, psíquicos e sociais de uma pessoa. Na prática clínica aprendemos que não é possível "fazer saúde", "curar", "mudar os hábitos do outro", "trazê-lo de volta a si mesmo" sem que o paciente se comprometa e invista em si. Na mitologia grega Quíron era um centauro, metade homem-metade cavalo, filho da união entre o deus grego imortal Cronos (Saturno) e a mortal Filira. Era neto de Urano (Céu) e Gaia (Terra) e meio-irmão de Zeus (Júpiter). Quíron era parte divino, parte animal. Por sua aparência foi rejeitado pela mãe e abandonado pelo pai. Então foi acolhido e educado por Apolo (Sol) e Artemis (Lua) e recebeu deles os ensinamentos que o tornaram um grande sábio. Estudou artes, música, poesia, filosofia, lógica, ciência, ética, artes marciais, artes divinatórias e profecias. Seu lado animal deu-lhe sabedoria terrena e proximidade com a natureza, conhecedor das propriedades medicinais das ervas praticava a cura. Sua fama como sábio espalhou-se e tornou-se um mestre e educador para muitos filhos de deuses e mortais, iniciou terapeutas, músicos, magos e guerreiros, incluindo Hércules.