Acidentes no nível organizacional

Livro texto: DWYER, Thomas Patrick. Vida e morte no trabalho: acidentes do trabalho e a produção social do erro. Campinas, Sp. Editora ao Unicamp; Rio de Janeiro, editorial, 2006

Nível organizacional e os acidentes

Os empregadores procuram administrar o trabalho controlando a divisão de trabalho e sua coordenação. Esse controle é exercido por meio da dominação do conhecimento sobre o trabalho, da concepção das tarefas e da coordenação do conhecimento sobre as tarefas. Tipicamente, os empregadores industriais envolvem-se em estratégias pra deduzir o conteúdo do intelectual do trabalho manual; assim, a concepção das tarefas é separada da execução, e há investimento em condições do trabalho, de modo a transformar a divisão de trabalho, e com isso aumentar a produtividade.
Para fazer a discussão sobre a transformação do trabalho relevante a analise de erros e, no caso particular, dos acidentes de trabalho, é necessário considerar uma serie de questões conceituais. Em primeiro lugar, todas as empresas, independente do setor que atuam, planejam o trabalho de tal modo que seja subdividido em tarefas, e estas são desempenhadas individualmente ou em equipes. Em segundo lugar, a disponibilidade e o custo dos recursos externos, sejam humanos ou materiais, que os empregadores procuram capturar com o objetivo de transformar-los em estrutura e coordenação de tarefas. Em terceiro lugar qualquer que seja a indústria, os empregadores investem em um processo de trabalho e em sua coordenação, alocando pessoas para cada atividade, algumas que requerem mais qualificação, outras menos.
As variações na preparação e coordenação do trabalho são conseqüências das diferentes decisões tomadas pelos empregadores, logo três relações sociais são formadas dentro desse nível organizacional, e as dificuldades produzidas por essas relações, incluem acidentes de trabalho:
Subqualificação: os trabalhadores enfrentam um trabalho com níveis de qualificação adequada ou inadequada para