Acidentes industriais O custo do silêncio
Bhopal
O desastre continua (1984-2002)
Na noite entre dois e três de dezembro de 1984, cerca de 40 toneladas de metil isocianato e outros gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation, em
Bhopal, Índia. Foi o pior desastre químico da história. Estima-se que entre 3,5 e 7,5 mil pessoas morreram em decorrência da exposição direta aos gases, mas o número exato continua incerto. Infelizmente, a noite do desastre foi apenas o início de uma tragédia, cujos efeitos se estendem a hoje. A Union Carbide, que possuía a fábrica de agrotóxicos na época té do vazamento dos gases, abandonou a área, deixando para trás uma grande quantidade de venenos perigosos. Os moradores de Bhopal ficaram com fornecimento de água contaminada e um legado tóxico que ainda hoje causa prejuízos.
A Union Carbide tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo pagando compensações inadequadas ao Governo da Índia. Hoje, mais de 20 mil moram na região e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da tóxica deixada pela empresa. Desde então, cerca de 16 mil pessoas morreram e mais milhão ficaram feridas.
desastre pessoas herança de meio
Em 1999, a Union Carbide anunciou sua fusão com a multinacional Dow Chemicals, sediada nos Estados Unidos, criando a segunda maior companhia química do mundo. Ao incorporar a
Union Carbide por um total de US$ 9,3 bilhões, a Dow não apenas comprou os bens, mas também a responsabilidade pelo desastre de Bhopal. Enquanto os moradores de Bhopal continuam a sofrer os impactos do desastre de 1984, a responsabilidade legal pelo acidente ainda está sendo julgada pela Justiça norte-americana, uma vez que a Dow se recusa a aceitar o passivo ambiental adquirido na compra da Union Carbide. De acordo com a Dow, a partir da incorporação das duas empresas, a receita anualizada é superior a US$ 24 bilhões. A