Acidente Vascular Encefálico
Ao longo dos dois últimos séculos, a revolução tecnológica e industrial, com conseqüências econômicas e sociais, resultaram em uma mudança drástica do perfil de morbimortalidade da população com grande predomínio das doenças e mortes devidas às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre elas o câncer e as doenças cardiovasculares. As doenças circulatórias são responsáveis por impacto expressivo na mortalidade da população brasileira, correspondendo a 32% dos óbitos em 2002, o equivalente a 267.496 mortes (BRASIL, 2006).
As doenças do aparelho circulatório compreendem um espectro amplo de síndromes clínicas, mas têm nas doenças relacionadas à aterosclerose a sua principal contribuição, manifesta por doença arterial coronariana, doença cerebrovascular e de vasos periféricos, incluindo patologias da aorta, dos rins e de membros, com expressiva morbidade e impacto na qualidade de vida e produtividade da população adulta (BRASIL, 2006).
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é doença freqüente em nosso meio e com alto impacto na qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Responde por mais da metade de todas as hospitalizações por doença neurológica aguda, sendo também uma das principais causas de incapacidade física grave prolongada (SCAFF; MUTARELLI; EVARISTO, 2005).
Mesmo quando não são mortais, essas doenças levam com freqüência a deficiências parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para ele, sua família e a sociedade. Isto mostra que o investimento na prevenção destas doenças é decisivo, não só para garantir a qualidade de vida aos indivíduos e aos seus familiares, mas também para reduzir os custos com a hospitalização que, a cada dia, se tornam mais onerosos, em razão do alto grau de sofisticação em que se encontra a medicina moderna (BRASIL, 2006).
De acordo com Rowland, (2000) o termo AVE é o termo conceitualmente mais correto, pois, a palavra encéfalo corresponde a todas as estruturas neurais