Acadêmicos
I. Contexto histórico
Os séculos XIV e XV, que constituem um período de transição entre a era medieval e a era moderna, foram marcados por guerras, rebeliões, crises econômicas e religiosas e pela terrível devastação provocada pela peste negra, que começou a manifestar-se em 1347.A partir de meados do século XV, a situação começou a mudar, com a diminuição das guerras e dos efeitos da peste, seguindo-se uma reestruturação econômica que fez a Europa Ocidental iniciar uma fase de grande desenvolvimento. As bases da sociedade burguesa começam a tornar-se sólidas na Europa do século XV. O desenvolvimento comercial impulsiona a vida urbana. As cidades crescem e atraem cada vez mais gente. Os burgueses ricos constroem palácios e mansões e chamam os artistas para decorá-los. Até então, a Igreja e os reis eram os maiores patrocinadores das artes. Agora, também os burgueses se tornam patronos dos artistas, iniciando-se assim um relacionamento que dura até hoje. No campo intelectual, no século XIV os humanistas italianos se interessavam pela antiga cultura grega e latina, dedicando-se à procura, tradução e divulgação dos textos de escritores clássicos. O movimento desencadeado por esses intelectuais recebeu o nome de Humanismo, porque sua preocupação central era o ser humano, o estudo da natureza humana e de suas potencialidades. O Humanismo iniciou-se na Itália e espalhou-se depois por toda a Europa, contribuindo também para a renovação dos estudos universitários e da educação em geral.
II. A produção literária no Humanismo
O Humanismo é dividido em três estilos: crônica histórica, poesia palaciana e teatro popular.
1. Crônica Histórica
O melhor prosador medieval português foi o cronista Fernão Lopes (1380-1460), considerado o pai da historiografia portuguesa pelo alto nível de suas crônicas históricas, nas quais revela um talento verdadeiramente literário.
Fernão Lopes manifesta uma visão bastante moderna da História: contrariamente