acadêmico
Este trabalho é destinado a abordar esteticamente uma obra surpreendente e com personagens marcantes, O Labirinto do Fauno (2006). O objetivo principal aqui será a transposição dos elementos estéticos e seus potencias efeitos gerados nos espectadores a partir da análise das cenas presentes.
O filme de Guillermo del Toro exemplifica bem as reações emocionais e sentimentais que uma obra pode ocasionar no público, sem necessariamente gozar da racionalidade pura do que constitui a nossa realidade. O Labirinto do Fauno carrega o espectador a um novo plano, isto por que há uma coexistência espacial de duas temporalidades diferentes, mas que se situam no mesmo plano de realidade dramática. Um se desenrola num contexto histórico e verídico, noutro o misticismo toma conta por completo à cena através da sua simbologia e de seus elementos visuais que compõem esse cenário. Tais encadeamentos são propositais a fim de realçar essas correlações que fundamentam a construção estética da obra. A narrativa fílmica lembra o realismo fantástico latino-americano que contestava o imperialismo, os regimes ditatoriais e o subdesenvolvimento, embora seja válido ressalvar que o realismo fantástico se arquiteta na valorização da cultura ocidental e no caso do filme, o autor buscou na mitologia celta esta aproximação com a cultura popular. A direção de fotografia ficou por conta de Guillermo Navarro, que apresentou cores terrosas e imagens sombreadas que dão aspecto de um livro de conto de fadas muito antigo, lhe conferindo assim importantes prêmios como Oscar, Goya e BAFTA.
A obra se passa na Espanha dos anos 40, dominada pelo regime ditatorial fascista de Ernesto Franco, a história se passa bem na base de uma montanha cercada por árvores, um cenário que por si só já ambienta o misticismo e o imaginário de muitas pessoas. Atrelado a esse clima fantasioso e onírico, a trama se desenrola de forma suntuosa sem que se identifique claramente o que é fantasia e o