academicos
FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. Paz e Terra. Edição 2 [p.15-95]
O autor propõe o debate sobre a Revolução Francesa, mas de um ponto de vista menos inocente do que muitos historiadores fazem, mas sim de ter pudor, já que em 1789 é a data ao nascimento, o ano zero do mundo novo, fundado no conceito de igualdade para todos, não podendo assim correr o risco de fazer o anacronismo com o tema.
Furet diz em seu documento que a revolução tem como função social manter o relato das origens,(16) e que a revolução francesa é a história contemporânea e que ela sim teve um nascimento esplendido e que seu fim não existe, ao contrário do antigo regime que teve o seu fim, mas que seu nascimento se desconhece (17) Ele também dura claro que o século XIX acreditava-se na Republica, e que o século XX acreditava-se na Revolução.(19)
Sendo a Revolução Francesa contemporânea, após um século passado e com a pressão da sociedade de História da Revolução Francesa, abre-se na Sorbonne um “curso” de história da Revolução obtendo-se assim uma legitimidade acadêmica sobre o assunto.
A leitura do documento de Furet deixa bem explicito que a Revolução Francesa existem várias histórias englobadas como a dos realistas, liberais, jacobinas, anarquistas ou libertários e que esta não é nem exclusiva e nem limitativa, mas que todas tem algo comum: elas são histórias da identidade. (discurso sobre identidade 20)
E no século XX, o historiador da Revolução Francesa comemora o acontecimento que ele conta e/ou estuda, (23) mas que, entretanto é preciso tentar romper esse circulo vicioso da historiografia universitária, onde os comunistas seguiram, os socialistas e os radicais na gestão comemorativa, agarra-se a ele e não desrespeita as tradições.(24)
O autor também nos mostra dois estudiosos da Revolução Francesa, o Michelet e Tocqueville e diz que qualquer historiador da Revolução Francesa precisa escolher um dos dois para fazer