Abuso sexual
Dentre as variadas faces da violência e dos diversos indivíduos que vivenciam e compartilham suas manifestações, destacamos as exercidas contra crianças e adolescentes, os quais atualmente são percebidos por estudiosos como vítimas “privilegiadas” nessas manifestações. É fato constatado que o fenômeno vem ganhando visibilidade no cenário nacional, chamando à responsabilidade, principalmente, o Estado, que, diante da repercussão da violência, vem reconhecendo-a como um desafio a ser enfrentado pelos órgãos governamentais. Além dos órgãos governamentais, a participação da sociedade civil também se faz necessária, haja vista que a violência interfere diretamente na dinâmica das relações interpessoais e na dinâmica das relações sociais mais amplas. Nesse sentido, a violência familiar contra crianças e adolescentes representa um problema de necessária intervenção, pois acarreta diversas conseqüências à vida das crianças e dos adolescente, repercutindo, de forma direta ou indireta, no meio social. A abordagem da violência exige estratégias que dêem conta não apenas de intervir nos agravos causados por ela, mas, principalmente, prevenir suas manifestações. A prevenção representa a estratégia privilegiada para o combate mais eficaz da produção e/ou reprodução da violência contra crianças e adolescentes, pois inibe a propagação dos atos de violência e, assim, o ciclo de violência. Ela deve se dar através de ações contínuas, que desnaturalizem a percepção da violência como forma de resolver conflitos. Esta abordagem se torna mais eficaz através da efetivação da proposta de atenção integral às crianças e adolescentes, considerando-se as particularidades do fenômeno na realidade municipal. Isso se torna possível através da formação de redes sociais. Na área da criança e do adolescente, a rede representa as ações integradas entre as diversas instituições e seus profissionais, tendo como prioridade o atendimento integral a estes sujeitos na realidade