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Abril Despedaçado, Data de lançamento: 12 de dezembro de 2001 (EUA);
Direção: Walter Salles; Duração: 1h 45m; Autor: Ismail Kadare
O filme trata o conflito de terras entre duas famílias no interior do Nordeste brasileiro.
A disputa perdura por várias gerações e os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras.
A história denuncia a pobreza do sertão e as relações de domínio e exploração. A família, tema principal do filme, fabrica rapaduras para sobreviver.
Ocorre a exploração do trabalho infantil, o que é comum na realidade nordestina, onde a pobreza extrema justifica o uso dos filhos pequenos no trato da lavoura, do gado e na fabricação de subprodutos para o sustento da família.
O filho mais novo também sofre violência física e psicológica, ações também comuns nas regiões da seca, onde a educação é pouca e o sacrifício é muito. A criança não é alfabetizada.
A luta pela terra, que é a razão do filme, é histórica e constante. Mortes são comuns nas regiões nordestinas, onde o isolamento das famílias ocorre devido a essa luta pela posse.
O dia a dia é envolto em religiosidade, tradições, códigos de honra e trabalho árduo.
Além da cultura do açúcar, essa região do nordeste propicia também a criação de gado. O agreste, território limítrofe entre a zona da mata e o sertão, é zona de transição.
Na sociedade patriarcal, a caracterização da condição feminina é tão radical quanto parece ser violenta: ou é mulher direita e destinada à reprodução, ao cuidado dos filhos, da casa, e deve obediência ao marido, ou é mulher da vida, suspeita de ser meretriz, sem vínculos familiares e muito menos observadora de regras de conduta previamente estabelecidas.
O filme retrata uma época em que muito se justificava pela posse das terras, violência doméstica, brigas e assassinatos. Há uma mudança neste cenário atualmente, porém ainda existem regiões em que esse estilo paternalista permanece.