Aborto
A visão judaica tradicional sobre o aborto não se ajusta convenientemente a nenhuma das posições defendidas no atual debate relacionado ao tema.
Daniel Eisenberg
Já que o aborto volta novamente como uma questão política nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, é de suma importância entender o enfoque judaico desta questão. A visão judaica tradicional sobre o aborto não se ajusta convenientemente a nenhuma das posições defendidas no debate Americano atual relacionado ao tema. Nós não proibimos por completo o aborto, mas também não permitimos o aborto indiscriminado.
Uma mulher pode sentir que até o feto nascer ele é parte de seu corpo, mantendo, portanto, o direito de abortar uma gravidez não desejada. O Judaísmo reconhece o direito de escolher o aborto como uma opção? Em que situações a lei judaica aprova o aborto?
Para uma clara compreensão de quando o aborto é permitido (ou até exigido) e quando é proibido, deve haver uma avaliação de certas nuances da halachá (Lei judaica) que determinam a condição do feto(1).
O caminho mais fácil para formar um conceito acerca de um feto pela halachá é imaginando o feto como um ser humano crescido - mas não o bastante(2). Na maioria das situações, o feto é tratado como qualquer outra "pessoa". Geralmente, não é permitido prejudicar um feto deliberadamente. Entretanto, enquanto parece óbvio que o Judaísmo apóia o aborto justificável, existem certas sanções também para aquele que tenha atingido uma mulher grávida, causando-lhe um aborto, sem ter tido essa intenção(3). Isto quer dizer que nem todas as citações rabínicas consideram o aborto um assassinato. O fato da Torá exigir um pagamento monetário daquele que provocou um aborto é interpretado por alguns Rabinos como indicando que o aborto não é um crime mortal(4) e por outros indicando meramente que a pessoa que o fez não será executada, embora se trate de um tipo de assassinato(5). Existe também discordância em relação à proibição do aborto