Aborto
27/11/2012 | Filed under: Corpo, Cultura, Feminismo, Política, Sexualidade, Violência and tagged with: aborto, legalização, mortalidade
Sempre acreditei em não apontar o dedo para julgar ninguém, independente do que eu considere bom ou ruim para mim. Quem sou eu para saber o que se passa na cabeça de uma pessoa? Mas, não é assim com a maioria das pessoas, muita gente acredita que mulheres que fizeram um aborto merecem cadeia ou até a morte (sim, já vi muitas pessoas desejando a morte de mulheres “abortistas” por aí).
Se você é uma dessas pessoas, peço que me dê alguns instantes de sua atenção e leia esse post, acredito que posso fazer você entender o motivo de eu acreditar que nem eu e nem você temos o direito de decidir por alguém o que é moral ou imoral.
Católicas em campanha pela legalização do aborto – Créditos: Católicas pelo Direito de Decidir
Primeiro a se dizer é que, ser a favor da legalização do aborto não é ser a favor do aborto em si, apenas é acreditar que o aborto clandestino mal feito é um problema de saúde pública que requer um gasto muito maior do Sistema Único de Saúde que o procedimento feito legalmente em um hospital público (que é super simples e rápido, diferente de cuidar de uma hemorragia interna ou fazer uma histerectomia). Legalizar o aborto está muito além de nossa escolha pessoal, é uma questão de saúde e direitos das mulheres em geral. A legalização está muito além do “eu faria” ou do “eu não faria”.
De acordo com o site Women on Waves, a Romênia é uma prova de que o aborto ilegal aumenta o número de mortalidade feminina:
A Roménia é um óptimo exemplo para o estudo dos factores que influenciam a prática de abortos feitos sem acompanhamento médico seguro: em 1966 o aborto legal foi restringido e a taxa de mortalidade de mulheres grávidas causada por abortos clandestinos aumentou dramaticamente, tornando-se dez vezes mais alta que no resto da Europa. Em 1989 o aborto foi