Abortei, e agora?
Fiz ou induzi alguém ao aborto: há perdão para meu pecado?
Essa pergunta foi uma das muitas enviadas para o Destrave após a exibição da reportagem especial sobre o tema “aborto” (veja aqui). Mulheres que, mesmo após terem praticado esse mal há vários anos, ainda carregam as marcas desse ato. Abaixo, alguns dos muitos comentários recebidos sugerindo este tema:
“Tenho 18 anos, namoro há 7 meses e já tomei a pílula do dia seguinte 4 vezes. Me arrependo muitoooo!!!! Será que tenho solução para salvação?”
“Fiz aborto ainda muito jovem, só que a dor que carrego hoje é muito grande. Temo pelos meus erros do passado, até hoje não me perdoo por esse ato. Sei que jamais apagarei isso da minha memória”.
“Sou uma mulher de 57 anos, viúva, católica, tenho dois filhos.Tenho uma amiga de 90 anos, que não consegue se perdoar. Nas palavras dela: ‘Como é que vou chegar no céu? E quando o Senhor pedir contas da morte do meu filho? O que vou dizer a Ele? Como é que vou justificar o porquê de ter matado meu filho’. Na época ela achou que era a solução, mas agora ela sabe e tem consciência do que fez e não consegue se perdoar.”
De fato, o aborto é uma falta grave, que não abre espaço para justificavas, pois interrompe bruscamente a vida humana, e uma vida inocente. Mas o que dizer para uma mulher que o cometeu – ou para quem a induziu a cometê-lo – e está arrependida?
“Se esta pessoa se mostrar arrependida do seu ato, nós devemos dizer a ela: ‘Seu pecado foi grande, sim, mas não maior do que a misericórdia de Deus’. A misericórdia de Deus é um abismo, no qual os pecados graves são sugados”, destaca padre Luiz Carlos Lodi, do clero de Anápolis (GO) e líder do Movimento Pró-vida da mesma região.
O Catecismo da Igreja Católica e o Código de Direito Canônico afirmam que uma mulher que comete o aborto incorre na excomunhão automática (latae sententiae) devido à gravidade do pecado. Ficando a encargo do bispo ou de um sacerdote delegado por ele a