Abordagem ética do ensino religioso
O ser humano, diferente dos demais animais, percebe-se a si mesmo. Segundo Chauí, “descobrimos que somos humanos quando temos a experiência de que somos conscientes das coisas, dos outros e de nós mesmos” (2004, p. 252). Sócrates diz que “a alma nos ordena conhecer aquele que nos adverte: Conhece-te a ti mesmo” (Reale; Antiseri, 1990, p. 88). Para Chauí “podemos atribuir ao fato de sermos dotados de consciência a condição e a causa primordial do surgimento da religiosidade” (2004, p.252). E na religião, encontramos os maiores marcos culturais do ser humano, pois não existe religião desligada da cultura, “podemos dizer que a religião é a atividade cultural mais antiga e que existe em todas as culturas” (Chauí, 2004, p. 252).
Neste sentido, nas aulas de Ensino Religioso, Religião e Cultura devem estar sempre entrelaçadas, basta dar uma olhada num currículo da disciplina em questão que chegaremos a esta conclusão. Para exemplificar, vejamos alguns dos assuntos abordados nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná para a Disciplina aqui estudada: Paisagem Religiosa; Universo Simbólico Religioso; Texto Sagrado; Lugares Sagrados; Símbolos Religiosos; Festas Religiosas; Ritos; Vida e Morte, etc. Na apresentação destes tópicos de estudo, a diretriz os relaciona sempre entre Religião e Cultura. Na apresentação do tema sobre a Paisagem Religiosa lemos:
Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos culturais e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de representações sobre o transcendente e o imanente, presentes nas diversas tradições culturais e religiosas. Assim, a paisagem religiosa é parte do espaço social e cultural construído historicamente pelos grupos humanos, é uma imagem social. (Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, 2008, p. 190)
Ao abordar tais assuntos em sala de aula, cabe ao professor(a) não orientar as aulas apenas por seus