unidades basicas do portugues
Nossa sociedade o discurso religioso é sinônimo de força, sua presença está em nossos gestos mais despretensiosos. Mesmo que os indivíduos o neguem por motivos diversos, enquanto ideologia, ele é reconhecido e cultuado no espaço social. Apesar das fragmentações do cristianismo, fruto de interpretações cuja proposta é refazer a leitura do texto bíblico apresentando outras perspectivas acerca de seu papel, não há dúvidas quanto à sua influência. Os instrumentos usados no controle dos fiéis vêm sofrendo modificações, no entanto, não diminuem o seu prestígio. Cada vez mais as pessoas o procuram, várias são as causas: doenças, emprego, prosperidade, etc., a fé em Deus “rende” aos fiéis algumas vantagens, entre elas o poder de comunicar-se diretamente com o criador.
Algumas pessoas têm este Dom, ou seja, falar diretamente com Deus, tal fato nos leva ao conceito de reversibilidade, isto é, a possibilidade de troca de papéis na comunicação, onde locutor e ouvinte invertem suas posições, cada qual significando de acordo com o contexto. O discurso entendido como efeito de sentidos entre locutores mostra-nos a maneira como o sujeito se relaciona com a história e o mundo concreto através de uma linguagem comum, surgindo daí crenças e valores os quais estão sendo assimilados pelos diversos grupos sociais, revelando-nos os objetivos de cada um Foucault diz que “por mais que o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as interdições que o atingem, revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder”. (A ordem do discurso, p. 10)
As formações discursivas sofrem constantes intervenções, um verdadeiro controle do que vai ser dito “em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos” (idem, p. 08). Há também a questão da autoridade, o enunciador tem que ser