História do Ensino Religioso no Brasil: limites e desafios para um Ensino Humanitário
Por Raylinn Barros da Silva
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Introdução: Breve Histórico do Ensino Religioso no Brasil
Este texto inicia-se com um breve panorama dos períodos da história do ensino religioso no país, perpassando desde o período colonial até à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.475/97, que trata o ensino religioso como área do conhecimento, com metodologia específica, horários preestabelecidos em sala de aula, conteúdos, avaliação e objetos de investigação. No período colonial brasileiro a educação estava alicerçada entre três esferas institucionais que eram: a Escola, a Igreja e a Sociedade política/econômica. Nesta fase os colonizadores queriam de qualquer forma impor suas ideias europeias, enquadrando assim, as pessoas aos valores sociais que eles defendiam como sendo bom para a sociedade, nesse período o ensino religioso se fundia e confundia com a corte. Parafraseando Bundchen (2007), ressalta-se que tudo passava pela questão do ensino religioso, como forma de evangelização para todos, ou seja, o papel do ensino religioso, da igreja e da educação era catequizar, uma vez que, esse era o acordo entre o papa e a coroa portuguesa. A educação pública nesse período deveria ser gratuita, laica e para todos, mas é bem verdade que neste momento o ensino religioso se liga ao pensamento ideológico do Estado, que consistia em a burguesia tomar o lugar da hierarquia religiosa, e a educação passaria a ser pensada como ideal da classe dominante, com seus interesses e valores. Paiva, ao analisar a relação entre a igreja e a educação no Brasil colonial nos esclarece que: “O colégio foi certamente outro caminho, não um caminho paralelo, mas expressão instrumental da pregação e conservação da fé. Colégio, educação e fé se imbricavam, não alterando a compreensão que, desde a Idade Média, se tinha dos estudos” (2004, p. 81). Como é possível perceber