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Os inconfidentes
Os Inconfidentes mistura os relatos dos Autos da Devassa contra os acusados de traição à corte portuguesa, poesias de integrantes da conjugação mineira e textos de Cecília Meireles para traçar um retrato ambíguo dos líderes do movimento que nunca chegou à ação, sufocado pelos dominadores em 1798. Com ironia, Joaquim Pedro mostra como destacados cidadãos da sociedade, revoltados contra a derrama (taxação compulsória) imposta aos empresários e proprietários de jazidas em Minas Gerais, passam de inflamados sediciosos a covardes que abjuram de suas idéias depois de presos pela autoridade portuguesa.
Dividindo entre o registro épico e o patético de personagens como Gonzaga Alvarenga Peixoto Manoel da Costa e Bueno Silveira Os Inconfidentes é uma história de traições e falsidade da qual somente Tiradentes termina com certa honrra. Filmado em Ouro Preto, o filme também funciona como metáfora política.
Participação dos poetas árcades na inconfidência mineira
Não existiu, no Brasil, uma Arcádia, como em Portugal. Um vigoroso grupo intelectual (o grupo mineiro) destacou-se na arte literária e na prática política, participando ativamente da Inconfidência Mineira. Esse grupo, constituído por Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Manuel Inácio da Silva Alvarenga e outros intelectuais, foi desfeito de forma violenta, com a prisão, desterro ou morte de alguns poetas, à época da repressão política em torno do episódio da Inconfidência. Com os olhos voltados para a terra natal, esses poetas árcades iniciaram o período de transformação da literatura brasileira, que se vai efetivar, realmente, no século XIX, com os românticos. Tomás Antônio Gonzaga escreveu ''Marília de Dirceu'', uma poesia lírica, e ''Cartas Chilenas'', poesia satírica. Cláudio Manoel da Costa inspirou-se em Camões para escrever ''Obras''. Silva Alvarenga fez obras em forma clássica.