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AMADEO DE SOUZA CARDOSO
Modernista e monárquico

Projecção Internacional

«Amadeo de Souza Cardoso é a primeira descoberta de Portugal no século XX»
(excerto do panfleto de Almada Negreiros para a Exposição de Amadeo de Souza Cardoso na Liga Naval- Lisboa 12 de
Dezembro 1916)

Álvaro António Carneiro Varejão

Amadeo de Souza-Cardoso é o documento conciso da raça portuguesa no século XX (...). Pertence à guarda avançada na maior das lutas que é o pensamento universal (...). É a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX (Almada Negreiros, 1916). Começo por referir esta frase, pois caracteriza a ruptura estética da pintura do século XX.
No Porto já se começou a envolver na matéria da arte, começa a envolver-se com um ciclo de intelectuais, que acabam por ser importantes para o seu desenvolvimento artístico e estético.
Apos tentar a sua sorte em Portugal, Amadeo foi para Paris onde tomou conhecimento com os movimentos artísticos e foi-se envolvendo com a própria exaltação da cidade daquela época, foi-se afastando dos seus colegas portugueses, largou a arquitectura, depois abandonou a caricatura e deste modo foi experimentando novas formas de arte, adquirindo assim sua pintura novos formatos. Enquanto os artistas portugueses da sua geração continuavam com o impressionismo, Amadeo interessava-se pelas novas descobertas artísticas. Nesses anos conheceu os grandes artistas do modernismo, expos em Paris, Berlim, esteve assim presente nos locais principais de evolução estética da arte do seu tempo
Essa influência é mesmo declarada por Amadeo numa entrevista concedida a João Moreira de Almeida, para o jornal O Dia de 4 de Dezembro de 1916, quando literalmente cita o Manifesto Futurista número 9, de Marinetti: ”Nós queremos uma arte viril, poderosa, anti sentimental; nós cultivamos o optimismo