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Número 1, pág. 3
Avaliação do Estado de Conservação da Tartaruga Marinha
Caretta caretta Linnaeus, 1758 no Brasil
Alexsandro Santana dos Santos1, Luciano Soares e Soares1, Maria Ângela Marcovaldi2, Danielle da Silveira Monteiro3,
Bruno Giffoni1 & Antônio de Pádua Almeida4
Apresentação e Justificativa de
Categorização
Estado de Conservação
O estado de conservação da tartaruga marinha Caretta caretta
Linnaeus, 1758 (Cheloniidae) no Brasil foi avaliado de acordo com os critérios da IUCN (2001), com base nos dados disponíveis até 2009.
Síntese do processo de avaliação pode ser encontrada em Peres et al., neste número. A categoria proposta para o táxon é “Em perigo
(EN)” segundo o critério A2abcd, ou seja, ameaçado, de acordo com informações sobre redução da população.
Filo: Chordata
Em perigo (EN) A2abcd
A espécie Caretta caretta apresenta distribuição circunglobal.
No Brasil, as áreas prioritárias de desova estão localizadas no norte da
Bahia, Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e Sergipe. Ocorrências de indivíduos em diferentes estágios de vida também são registradas na costa de diversos estados do Brasil entre o Pará e o Rio Grande do
Sul, em águas costeiras ou oceânicas.
A espécie apresenta ciclo de vida longo com maturação sexual entre 25 e 35 anos. O tempo geracional utilizado nesta avaliação é de
100 anos. Este táxon é altamente migratório. As fêmeas migram das áreas de alimentação e descanso para as áreas de reprodução, em deslocamentos que podem chegar a mais de 1500 km. São carnívoros durante todo o ciclo de vida.
As principais ameaças para C. caretta no passado foram a coleta de ovos e o abate de fêmeas, o que não acontece mais nas áreas prioritárias de reprodução. Desde a implantação do Projeto TAMAR/
ICMBio em 1982, que promoveu esta proteção, o desenvolvimento e a ocupação desordenada da zona costeira e a pesca artesanal e industrial aumentaram vertiginosamente – principalmente nos últimos
10-15 anos. As tartarugas marinhas