4 ADOLESCÊNCIA, DROGAS E ESCOLA Segundo a Organização das Nações Unidas para o Controle do Crime e das Drogas (UNODCCP, 2000) o abuso de drogas é um fenômeno global e dificilmente existe algum país no qual ele não ocorra. De acordo com a distribuição geográfica das tendências de maior consumo das diversas substâncias psicoativas, temos as facilidades do acesso a determinadas drogas; os aspectos culturais mais ou menos comuns a cada região e os fatores sócio-econômicos. 6 Em estudo realizado por Cotrim (1991) sobre drogas e população estudantil mundial ele chega aos seguintes dados: quatro drogas mais consumidas (uso na vida) em várias partes do mundo são basicamente as mesmas: maconha, estimulantes / anfetamínicos, inalantes e tranqüilizantes / ansiolíticos. Outras drogas são as cifras mais discretas, salvo exceções como os Estados Unidos e Portugal (cocaína) e Luxemburgo e Irlanda (alucinógenos). A autora apontou tendências de aumento desta modalidade de uso em cinco países pesquisados (Brasil, França, Portugal, Itália e Grécia), e de diminuição em dois países (Estados Unidos e Canadá). Nos demais países estes dados estavam indisponíveis ou evidenciaram manutenção dos padrões de consumo. Com relação a limitações dos estudos epidemiológicos destacam-se, as relativas ao instrumento (questionários auto-aplicados) nestes estudos; as dificuldades de obtenção de instrumentos validados para mensurar um “hábito estigmatizado e ilegal” (TAVARES et al., 2001, p. 156). Aspectos culturais e políticos específicos de cada país ou região influenciam estes estudos como, por exemplo, nos Estados Unidos pode estar ultimamente diminuindo o relato do uso de drogas, e não o uso de drogas em si, refletindo uma “política de intolerância crescente por parte da sociedade civil e do Estado em relação ao problema” (CARLINI-COTRIM, 1991, p. 115). O contrário poderia estar ocorrendo no Brasil, graças a uma “maior abertura para discutir, debater, compreender o consumo de psicotrópicos na